Como Escolher o Nome?
Existem tantos nomes disponíveis que muitos pais têm dificuldades em escolher qual o ideal para os seus filhos. Enquanto uns já estão certos da sua escolha, outros demoram mais tempo e não existe nada de errado com isso, afinal a escolha do nome é uma decisão muito importante: é algo que irá acompanhar os seus filhos a vida inteira e muitas são as razões que conduzem os pais a optar por determinado nome. Nem sempre é uma escolha fácil, ou porque são muitas as opções, ou existe discordância entre o casal (e/ou com familiares e amigos), dúvidas em relação a escolher um nome simples ou composto (conjugado). Vários são os problemas que podem surgir na altura de escolher o nome.
Como escolher, então, o nome perfeito?
1) O(s) nome(s) próprio(s)
Antes de mais, o trio de ouro para escolher o nome ideal: equilíbrio, harmonia e bom senso. Ou seja, é imperativo que o nome completo "combine" plenamente. Para isso, é sugerível que se evite escolher nomes que não fiquem bem com os apelidos familiares e que sejam trava-línguas, aborrecidos, cómicos ou que sugiram um duplo sentido. Há pais com sentido de humor e que querem que a sua criança tenha um nome engraçado e que faça rir: isto, não é, de todo recomendável porque o nome será a sua identidade. Aconselha-se vivamente a deixar os nomes humorísticos para os animais de estimação, por exemplo.
Para verificar se o nome completo é harmonioso, escreva-o e leio-o em voz alta. Repita este exercício para todas as suas opções e analise qual é a melhor, a mais equilibrada e a que lhe soar melhor ao ouvido. Aconselha-se a que o casal faça esta tarefa em conjunto com os parentes mais próximos (avós, tios, etc.), já que eles também serão a família da criança.
2) Os apelidos familiares:
A fórmula tradicional consiste em "apelidos maternos + apelidos paternos", mas nem sempre tem de ser assim. Antes de mais, é necessário decidir se a criança irá receber dois apelidos ou somente um apelido de cada progenitor. Também é permitido que a criança receba exclusivamente os apelidos da mãe ou do pai. Na nossa opinião, esta última não é uma prática correcta ou aconselhável, uma vez que a criança será um membro da família de ambos. Mesmo em casos excepcionais, em que um dos pais não deseja a criança, não é aconselhável porque a lei obriga a que ambos cuidem do filho, nem que seja somente a nível financeiro. O mínimo de dois apelidos (um paterno e outro materno) fornece uma maior segurança e estabilidade à criança.
O conselho permanece o mesmo: harmonia, equilíbrio e bom senso na conjugação dos apelidos. Se o nome próprio escolhido conjugar melhor com a fórmula "apelido paterno + apelido materno" (ao invés do apelido do pai em último) não deve existir preconceito ou tradicionalismos, pois esta é a opção que deve escolher. Muitas pessoas têm vários apelidos familiares (sendo que o máximo permitido pela lei é de quatro), pelo que se aconselha a experimentar várias conjugações de apelidos. Analise estas conjugações com os nomes próprios que tem na sua lista de favoritos e verifique qual combina melhor.
3) O casal deve seguir o seu gosto pessoal ou o dos seus familiares?
Enquanto muitos casais têm listas extensas de nomes para escolher, outros ainda optam pela tradição de deixar o padrinho ou a madrinha escolher o nome da criança. Os futuros pais sabem que não lhes faltam sugestões, e muitos, inclusive, sentem-se pressionados pela família a escolher determinado nome (quer por tradição, homenagem, gosto, etc.). Recomenda-se equilíbrio e consenso entre todas as partes: se os pais não se reveem em determinado nome ou não gostam, não devem ser obrigados a optar por ele. Devem escutar e levar em consideração, sim, as opiniões da sua família mais próxima (pais, avós, bisavós, primos, madrinhas, padrinho, etc.), mas, se por exemplo, determinado nome não agradar à prima em terceiro ou quatro grau o casal não se deve preocupar com isso.
- Os pais devem, sobretudo, seguir o seu gosto pessoal, afinal a criança será sua filha. Mas também não devem descurar as opiniões da família nem deixá-la monopolizar inteiramente a situação. Pais não gostarem do nome escolhido pelo/a padrinho/madrinha mas registarem a criança com esse nome por receio de ofender é mais comum do que pensa. Não caía nessa armadilha pois a criança é sua. Quando não existe consenso ou os familiares torcem o nariz ao nome escolhido pelos pais, é importante dialogar, explicar as razões que levaram à escolha de determinado nome, o significado, etc.
- Prestar tributo a um antepassado é algo muito bonito, mas pode provocar discórdia na família do lado que não está a ser homenageado. Se ninguém do lado "não-homenageado" discordar, não há problema. Mas lembre-se que alguns nomes mais tradicionais estão a regressar, tornando-se inclusive "nomes da moda", enquanto outros não. A fórmula deve ser sempre a mesma. Se estes combinarem com harmonia, opte por conjugar os nomes das avós ou avôs (ou familiares mais ancestrais) de ambos os progenitores, já que é uma melhor opção do que homenagear apenas a avó da mãe da criança, por exemplo.
- Colocar o nome dos pais aos filhos é uma prática corrente que não é aconselhável. A criança saberá que é filha de x e y e que pertence à família xy, não é necessário reforçar esse facto. Pessoalmente, considero uma atitude egocêntrica e desagradável para uma das partes. Auto-homenagear-se através do seu filho não é uma boa ideia e colocar o infame "Júnior" é de mau gosto. Em questão de homenagens, é aconselhável saltar uma geração (com netos a prestar tributo aos avós). Pode ser que, mais tarde quando for avó/avô, o seu filho o queira homenagear a si.
- Evite repetir nomes na mesma geração da família mais próxima. Por exemplo, se alguém da família (tios, primos, etc.) está a ser pai/mãe em simultâneo e já escolheu determinado nome, não opte por ele. Se ambos querem homenagear um familiar, devem dialogar acerca do assunto. Se o antepassado em questão tiver dois nomes, sempre existe a opção de dividir pelas duas crianças. Se não, procure por nomes alternativos e semelhantes ao desejado.
3) Escolher um nome "da moda" ou incomum?
Isto varia conforme o gosto dos pais: enquanto uns querem optar pelos nomes populares, outros preferem algo "exclusivo" e "único" para a sua criança. Para saber quais os "nomes da moda" do momento, só tem de consultar os rankings dos nomes mais registados durante os anos anteriores ao nascimento da sua criança ou informar-se junto a outros pais ou educadores de infância que sejam seus conhecidos. No entanto, deve lembrar-se que, enquanto alguns nomes populares são intemporais e clássicos, outros não e podem não sobreviver ao "teste do tempo". O mesmo acontece com os ditos "nomes incomuns": muitos são variantes internacionais de nomes portugueses, não se encontram enraizados na nossa cultura e podem não perdurar no tempo. É importante ter em mente de que não existem "nomes exclusivos" e que o seu filho irá, pelo menos uma vez na vida, encontrar outra pessoa com o mesmo nome.
4) Um nome antigo ou moderno?
Tal como dito na alínea anterior, os nomes clássicos e intemporais passaram o teste do tempo e encontram-se enraizados na sua cultura, por mais incomuns que possam parecer ou mesmo que já não sejam registados há muito tempo ou contabilizem poucos registos anualmente. Um nome antigo transporta consigo o peso do tempo e da História, muitas vezes associado a grandes figuras e personalidades nobres que marcaram. Os nomes modernos, por outro lado, são frescos e, bem, modernos, mas podem não passar de modas passageiras ou de uma necessidade de ousadia e afirmação que não devia passar pelos filhos. Mesmo que determinado nome extravagante, moderno e ousado pareça muito apetecível (influência de celebridades), frequentemente caí no ridículo porque a linha que divide é muito ténue.
5) Homenagear celebridades e personagens da ficção?
Quem se interessa pelo fenómeno dos nomes próprios e está atento aos rankings, apercebe-se que vários nomes aumentam de popularidade em Portugal decorrente de personagens de telenovelas e, especialmente, jogadores de futebol que estejam em voga nesse ano (ou no ano anterior). É o caso de Luena, Safira, Gelson, Jonas, Adrien, Cristiano, etc. De modo geral, não é aconselhável. Especialmente se for uma celebridade internacional do momento com um nome extravagante. Tenha em mente de que a fama é passageira e daqui a uns anos essa pessoa pode já não ser famosa, pode ser conhecida pelas razões erradas ou você mesmo pode já não gostar do nome. Thor e Hulk, que já são permitidos em Portugal, podem parecer nomes muito engraçados mas sugere-se a deixá-los para animais de estimação.
Contudo, se for um nome intemporal e com tradição portuguesa (por exemplo, um nome que encontrou num romance ou a ver alguma telenovela), pode optar por ele porque já superou o teste do tempo e não irá causar embaraço à sua criança. Lembre-se que, possivelmente, quando crescer, o seu filho pode não ficar muito impressionado pela razão da escolha do seu nome ter sido, por exemplo, "homenagem ao melhor ponta de lança do Benfica no ano de 2017".
6) Escolher a variante portuguesa ou internacional?
Por exemplo: escolher Clara ou Chiara ou Kyara? Escolher Carlota ou Charlotte? Rosa ou Rose? É verdade que alguns nomes ganham uma certa elegância na sua variante internacional, enquanto com outros acontece o oposto. Contudo, se não for emigrante nem possuir dupla-nacionalidade, se os seus apelidos familiares forem portugueses, assim como a sua família, e o plano for a criança nascer e crescer em Portugal, não existe qualquer razão para optar pela variante estrangeira. Por mais apelativo que determinado nome internacional seja, a maioria não conjuga bem com os apelidos portugueses. Evidentemente que existem casos de excepção. Pessoalmente, aconselho sempre a variante portuguesa, até porque nos devemos orgulhar das nossas raízes.
No entanto, se um dos pais (ou ambos) for emigrante ou com dupla-nacionalidade ou tiver antepassados de outros países, o assunto é diferente e pode desejar homenagear as suas raízes. Nesse caso, a fórmula de harmonia, equilíbrio e bom-senso mantém-se.
7) Como encurtar a lista de nomes?
Muitos pais têm listas extensas de nomes favoritos e, consequentemente, dificuldade em abdicar de grande parte porque gostam demasiado deles ou todos ficam harmoniosos com os apelidos familiares. Isto causa obstáculos na hora de escolher o nome para a sua criança. Deixamos aqui algumas sugestões e métodos de exclusão de nomes, para que possa chegar, mais rápido, ao nome perfeito:- Conjugações: Verifique os nomes presentes na sua lista e medite se são passíveis de serem combinados. Por exemplo: adora os nomes Olívia e Rosa? A combinação Olívia Rosa fica bonita e elegante. Nunca se esqueça de que as conjugações de nomes devem ser clássicas, equilibradas e com bom gosto!
- Diminutivos: Considere os diminutivos mais populares para os nomes na sua lista de favoritos. Por exemplo, gosta de António mas detesta Tó? Gosta de José mas não de Zé? Mesmo que os pais não queiram referenciar o filho Francisco como "Chico" ou "Kiko" de certeza absoluta que alguém o irá fazer. Se não gostar dos diminutivos (pode pesquisar por eles aqui no blog) mais popularizados, considere em excluir o nome.
- Significado: Apesar deste ser um pormenor que tem mais relevo para umas pessoas do que para outras, é mais do que superstição ou curiosidade, pois a pesquisa do significado de determinado nome pode auxiliar na altura de escolher ou excluir. Enquanto existem muitos nomes com significados lindíssimos e poéticos, outros nem tanto, estando associados a partes do corpo, cor de cabelo e atributos físicos.
- Origem do Nome: Pondere se lhe é significativo (ou não) se um nome é de origem latina, hebraica, germânica, grega, etc. Por exemplo, se ambos os nomes de casal provêm do latim, podem desejar que o filho também tenha um nome latino, ou preferem que seja o oposto.
- Grau de Popularidade: Este é um cruzamento que tanto pode influenciar positivamente como negativamente, pois, enquanto existem pessoas que querem um nome popular, outras preferem nomes mais incomuns. Se deseja por nomes pouco lotados mas ainda assim gosta de alguns nomes clássicos que estão "na moda", pode pesquisar por alternativas: por exemplo, Eleonor como alternativa a Leonor, ou Clarissa em vez de Clara..
- Celebridades: Verifique quais as personalidades históricas que tiveram os seus nomes favoritos, pois são considerados embaixadores dos nomes, e isso tanto pode orgulhar como envergonhar a criança que receberá o mesmo nome. Medite: é-lhe relevante, indiferente ou detesta que seja um nome associado à religião, política, artes, etc.?
Conclusão
Em suma: o nome perfeito para a sua criança deve ser equilibrado, harmonioso e com bom-senso.
- Deve ter harmonia e musicalidade no seu conjunto;
- Deve agradar ao casal, aos familiares e aos amigos mais próximos, que formem o seu círculo íntimo;
- Um nome que seja intemporal, clássico e elegante, e que não cause embaraço à sua criança;
- Um nome que os pais gostariam que eles próprios tivessem;
- Um nome com uma conotação benéfica no território em que está inserido, neste caso, Portugal.
Consulte, ainda, alguns artigos que o podem auxiliar na escolha de um nome:
- Nomes populares em Portugal
- Conjugações (populares e sugestões)
- Nomes de origem anglo-saxónica
- Nomes de origem aramaica
- Nomes de origem basca
- Nomes de origem castelhana
- Nomes de origem egípcia
- Nomes de origem escandinava
- Nomes de origem eslava
- Nomes de origem fenícia
- Nomes de origem francesa
- Nomes de origem gaélica/celta
- Nomes de origem galesa
- Nomes de origem germânica
- Nomes de origem goda
- Nomes de origem grega
- Nomes de origem hebraica
- Nomes de origem indígena
- Nomes de origem italiana
- Nomes de origem japonesa
- Nomes de origem latina
- Nomes de origem persa
- Nomes de origem portuguesa
- Nomes de origem russa
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